Genéricos no Brasil em 2025 – Em 20 de maio de 2025, a Associação PróGenéricos divulgou um levantamento revelador: as vendas de medicamentos genéricos no Brasil cresceram 7,04% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, atingindo 553 milhões de unidades contra 517 milhões do ano anterior. Esses dados reforçam a consolidação dos genéricos no mercado farmacêutico nacional, representando hoje cerca de 39% das vendas em categorias de uso contínuo, como hipertensão, colesterol e ansiedade. Em 2024, o segmento faturou R$ 20,4 bilhões, um crescimento de 13,5% em relação a 2023. Além do mais, embora por lei o preço dos genéricos deva ser 35% inferior ao do medicamento de referência, o desconto médio prático chega a ≈ 67%, gerando uma economia acumulada de aproximadamente R$ 346 bilhões aos pacientes.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes:

  • Perspectivas futuras e inovações no setor
  • O cenário atual dos genéricos no Brasil
  • Fatores que impulsionam o crescimento das vendas
  • Benefícios sociais e econômicos gerados
  • Desafios regulatórios e de qualidade
  • O papel das farmácias e dos profissionais de saúde

“Os genéricos não são apenas uma alternativa econômica, são parte fundamental de um sistema de saúde mais justo e acessível.”

1. Panorama Atual dos Medicamentos Genéricos

1.1. Evolução Histórica

Desde a criação da Política Nacional de Medicamentos Genéricos em 1999, o Brasil testemunhou uma trajetória de crescimento consistente desse segmento. Em seus primeiros anos, a adesão foi tímida, mas, com regulamentações mais claras e incentivos à produção nacional, os genéricos ganharam força nas farmácias e drogarias do país.

1.2. Participação de Mercado

  • Unidades vendidas: 553 milhões no 1º tri/2025 (↑7,04% vs 1º tri/2024)
  • Faturamento 2024: R$ 20,4 bi (↑13,5% vs 2023)
  • Market share em uso contínuo: 39%

O aumento constante da fatia de mercado demonstra não apenas a confiança dos profissionais de saúde e dos consumidores, mas também a eficácia das políticas públicas de promoção dos genéricos.


2. Fatores Impulsionadores do Crescimento

2.1. Economia para o Paciente

O desconto médio de ≈ 67% em relação ao medicamento de referência é o principal atrativo. Essa economia tem reflexos diretos no bolso do paciente e permite maior adesão ao tratamento, reduzindo faltas de doses e melhorando resultados clínicos.

2.2. Incentivos Governamentais

Programas de distribuição gratuita em UBS (Unidades Básicas de Saúde) e parcerias público-privadas garantem acesso a genéricos essenciais. Leis que regulam preços máximos, reajustes anuais e descontos obrigatórios criam um ambiente competitivo e atraente.

2.3. Expansão da Indústria Nacional

O parque produtivo brasileiro se fortaleceu: laboratórios ampliaram capacidade, investiram em P&D e estabeleceram parcerias com universidades e institutos de pesquisa, elevando a qualidade e a confiança nos genéricos.

2.4. Educação e Conscientização

Campanhas de conscientização pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e associações de pacientes enfatizam a equivalência terapêutica e a segurança dos genéricos. Profissionais de saúde passaram a indicar mais esses fármacos, reforçando a cultura de custo-benefício.


3. Benefícios Sociais e Econômicos

3.1. Redução de Custos para o Sistema de Saúde

A economia de R$ 346 bilhões acumulada pelos pacientes significa menor desembolso no âmbito privado e público, reduzindo o gasto com assistência farmacêutica no SUS e aliviando pressões orçamentárias.

3.2. Aumento de Acesso e Aderência

Com preços reduzidos, tratamentos prolongados (para hipertensão, diabetes, doenças crônicas) tornam-se mais acessíveis, diminuindo a evasão de tratamentos e evitando complicações que oneram o sistema de saúde.

3.3. Geração de Empregos e Renda

A expansão da produção de genéricos impacta positivamente a economia local: novas unidades fabris, postos de trabalho especializados e fortalecimento de cadeias de fornecedores nacionais.

TENDÊNCIAS DO MERCADO FARMACÊUTICO

4. Desafios e Questões Regulatórias

4.1. Garantia de Qualidade e Bioequivalência

Apesar de amplamente seguros, genéricos exigem rigorosos testes de bioequivalência. A ANVISA mantém fiscalização contínua, mas incidentes isolados de desvios de qualidade reforçam a necessidade de investimentos em controle e auditoria interna.

4.2. Equilíbrio de Preços

Manter descontos atrativos sem comprometer a sustentabilidade dos laboratórios é um desafio. Oscilações cambiais, custo de insumos e pressões por reajustes mínimos podem afetar margens de fabricantes e distribuidores.

4.3. Resistência Cultural

Em algumas regiões, médicos e pacientes ainda relatam preferência por medicamentos de referência, por percepções equivocadas de eficácia. Estratégias de comunicação e educação contínua são fundamentais para vencer o estigma.


5. O Papel das Farmácias e Profissionais de Saúde

5.1. Farmacêuticos como Educadores

O farmacêutico deve atuar como ponto de esclarecimento sobre genéricos, explicando equivalência terapêutica e vantagens de custo. Essa postura reforça a confiança do paciente e fortalece o relacionamento.

5.2. Gestão de Estoque

Com o aumento da demanda, farmácias precisam:

  • Prever consumo por categoria terapêutica
  • Negociar melhores prazos e descontos com distribuidores
  • Adotar sistemas de ERP para monitorar giro de genéricos

5.3. Ações de Marketing

  • Material informativo sobre genéricos no PDV
  • Campanhas sazonais associadas a datas de conscientização (ex.: Dia Mundial da Saúde)
  • Parcerias com associações de pacientes para eventos e palestras

6. Tendências e Inovações

6.1. Farmácia Digital

Plataformas de e-commerce e apps de adesão ao tratamento oferecem lembretes de medicação e promoções exclusivas em genéricos, ampliando o alcance das drogarias.

6.2. Telefarmácia

Consultas remotas com farmacêuticos permitem orientação sobre troca de medicamentos de referência por genéricos, quando indicado, garantindo segurança e comodidade.

6.3. Impressão 3D de Medicamentos

Projetos-piloto de farmácias de manipulação já avaliam uso de impressoras 3D para produzir dosagens personalizadas de fármacos genéricos, potencialmente revolucionando o mercado.

6.4. Inteligência de Mercado

Ferramentas de Big Data e IA analisam padrões de prescrição e vendas, ajudando farmácias a antecipar necessidade de estoque e oferecer kits personalizados.


7. Perspectivas Futuras

7.1. Crescimento Sustentável

Analistas projetam que os genéricos manterão um crescimento anual de 6–8% nos próximos cinco anos, impulsionados por envelhecimento populacional e ampliação de terapias crônicas.

7.2. Novas Categorias Terapêuticas

Espera-se o lançamento de genéricos para biotecnológicos (biossimilares), ampliando o acesso a tratamentos oncológicos, reumatológicos e endocrinológicos.

7.3. Internacionalização

Laboratórios brasileiros de genéricos começam a mirar exportação para América Latina e África, aproveitando acordos comerciais e capacidade produtiva competitiva.


8. Conclusão

O fortalecimento dos medicamentos genéricos no Brasil reflete o equilíbrio entre políticas públicas eficazes, investimentos industriais e adoção pelos profissionais de saúde. Com crescimento de 7,04% nas vendas no 1º trimestre de 2025¹, participação de 39% em uso contínuo² e economia de R$ 346 bilhões para os pacientes, o segmento consolida-se como pilar de sustentabilidade e acesso à saúde.

Para os profissionais de farmácia, entender esse movimento é essencial. A atuação proativa na educação do paciente, gestão eficiente de estoque e adoção de inovações tecnológicas são diferenciais que garantem melhor serviço e maior competitividade. O futuro dos genéricos promete não apenas expansão de mercado, mas também transformações na forma de produzir, distribuir e consumir medicamentos.


Solicite seu convite para ter acesso ao sistema de cotações onde você fará compras lucrativas. Clique aqui!


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *